Transformação digital
O impacto do mundo digital (ou transformação digital) para o varejo vai muito além do comércio eletrônico.
Consumidores não se relacionam com canais, mas com marcas. O mundo digital permite transformar a maneira como marcas de varejo se comunicam, informam, interagem, vendem e se relacionam com consumidores.
Mudança organizacional e cultural
A transformação digital é acima de tudo mudança organizacional e cultural, pressupõe incorporação de cultura digital, mudança em estruturas, processos e modelos de gestão, foco em mobilidade e obsessão por clientes. Os consumidores brasileiros estão se movimentando mais rapidamente que o varejo na adoção do mundo digital e a agenda de transformação digital ainda está na intenção para a maioria das empresas.
O e-commerce dentro do varejo nacional
A penetração do comércio eletrônico no varejo brasileiro é de pouco mais de 3%, o que frequentemente predispõe ao engano de subestimar a oportunidade.
Se optar por desconsiderar o varejo alimentar, o índice supera 5%; em eletroeletrônicos e digitais já está em 20% e em informática responde por 32% das vendas.
A elevada penetração faz das categorias eletrodomésticos, telefonia, eletrônicos e informática as líderes em vendas online no Brasil há 3 anos e é a razão pela qual 4 dos 5 maiores varejistas de e-commerce no Brasil são ancorados nos bens duráveis e digitais – B2W, Via Varejo, Magazine Luiza e Máquina de Vendas.
Já em volume de pedidos, as categorias de moda e acessórios lideram há 4 anos, o que se reflete na presença de 2 dos 5 maiores no ranking das 70 Maiores Empresas do e-commerce Brasileiro da SBVC (Privalia e Netshoes).
O e-commerce se tornou uma realidade, democrático e absolutamente transversal em relação a perfis de renda e faixas etárias. Quase 80% da população economicamente ativa do Brasil faz compras online.
A participação nas vendas do varejo vem aumentando e a tendência se manteve durante o biênio de crise 2015-2016 e no 1o semestre de 2017. Enquanto o varejo como um todo teve queda real de 4,3%, 6,2% e 0,1%, o ecommerce apresentou crescimento de 4,7, 1,2 e 6,3% respectivamente, segundo dados do eBit.
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Marketplaces
A gradativa evolução dos marketplaces permite ganhos de proporção elevada rentabilidade e democratiza o acesso ao comércio eletrônico para pequenos operadores.
A Amazon é o 10 maior varejista no mundo em sua operação direta de comércio eletrônico. Se fossem computadas as transações realizadas por terceiros em seu marketplace, seria o 2o maior, atrás apenas do Walmart. O fenômeno já é visível no Brasil também: o Ranking das 70 Maiores do e-commerce da SBVC revela que os quatro maiores operadores de ecommerce do Brasil possuem modelo de negócios de marketplace – B2W, Via Varejo, Magazine Luiza e Privalia.
A Amazon já opera marketplace para categoria de livros no Brasil e deve ampliar sua atuação para outras categorias, aumentando o nível de competição.
Grau de amadurecimento
O Ranking das 300 Maiores Empresas do Varejo Brasileiro da SBVC revelou um quadro de atraso digital, pois apenas 119 (40%) vendem online. O número é extremamente impactado pelo varejo alimentar: apenas 18 das 144 maiores redes de supermercados (12%) e 4 das 16 maiores de food service (25%) possuem operação de e-commerce. Mesmo nos segmentos de varejo não alimentar, que apresentam maior índice de presença digital, apenas 97 das 140 empresas (69%) vendem online.
O Ranking das Maiores do e-commerce confirma o elevado grau de heterogeneidade na participação das vendas online em empresas de varejo, mesmo entre os maiores do País.
No segmento de eletroeletrônicos, os números variam de 40% estimados na Fast Shop, 24% no Magazine Luiza, 23% na Colombo, 15% no Novo Mundo, 13% na Via Varejo e 5,5% no Zema; já em moda, partem de 16% do Grupo Soma, 9% na Reserva, 6% na Arezzo, 2,4% na Renner e 1,8% na Marisa; Em farmácias, enquanto a Panvel realiza 9% de suas vendas online, a RaiaDrogasil atinge 0,4%; no varejo alimentar, Grupo Pereira e Zona Sul alcançam 5%, Muffato 1,7% e Mambo 1%, mas a grande maioria sequer possui venda online.
Dados: Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo